Durante 30 horas o pequeno Noah andou desaparecido e todos os canais falavam do assunto com mil e uma probabilidades do que teria acontecido pondo cenários macabros que ao fazer zeping um tal canal era do piorio. Da Polícia Judiciária nem um pio e digo-vos que mais uma vez tiro o meu chapéu a todos eles porque é um autêntica corrida contra o tempo.
O jornalismo serve para INFORMAR e não para fazer o INVERSO e desliguei a televisão. Só a liguei às 20h - jornal da SIC e a notícia de abertura foi...O pequeno apareceu e foi um autêntico guerreiro deitando por terra tantas "bacoradas" que foram ditas por "especialistas da especialidade" sem nunca dizerem que todas as crianças são diferentes. Passámos do 8 para o 80, embora já tivesse havido casos que digo "pobres crianças que nasceram em berço errado". A investigação sobre o seu desaparecimento continuará a ser feita, mas por favor respeitem o trabalho dos investigadores e eu aguardo o apuramento final.
Não consegui ouvir o telejornal porque choveram telefonemas da minha mãe, irmãos, sobrinhos, filhas genros e netos porque todos sabem do que me aconteceu tinha eu 3 anos contada pelos meus pais e tios ao longo da minha vida e a história é esta:
Os meus pais foram viver para uma casa sem água e luz e foram construindo tudo para que ficasse funcional. A minha irmã mais velha já tinha 3 anos e a minha mãe estava grávida de mim que lhe dei muito que fazer por ter sido gémea (que não vingou) e nasci com 4,950 gr e 58cm. Comecei a andar tarde e mal comecei não parava um segundo e volta e meia fazia coisas impensáveis que não lembrava ao diabo.
Já com 3 anos um dia desapareci e foi a loucura a procura da "menina" e o que mais intrigou foi que o meu amigo Kuanhama (cão pastor alemão) também não estava no quintal,
Em frente à casa havia uma estrada e depois um campo enorme cheio de capim e a 1km ou 2kms havia uma linha férrea onde passava o comboio.
A "pespineta" fugiu através de um buraco na cerca do quintal rodeada de buganvílias de todas as cores, atravessei a estrada e meti-me pelo capim bem mais alto do que eu e sempre a andar com o Kuanhama. Muito calor e tirei a blusinha e segui sempre descalça. Ouviu-se o os apitos do comboio e já perto da linha o Kuanhama agarrou-me pelos calções em forma de balão feitos pela minha mãe e puxou-me para trás sem nunca me largar. Ouve alguém que viu algo a mexer no meio do capim e o meu pai e vizinhos foram a correr e ainda viram o comboio a passar. Eu que era muito branquinha e loura estava coberta de terra vermelha porque tentava "desgrudar-me" do Kuanhama. Aos vizinhos o cão rosnou sem me largar e só quando viu o meu pai arrastou-me ao encontro dele e largou-me numa de...toma lá a pestinha que eu já fiz a minha parte.
Não me recordo nada as minhas memórias são mais a partir dos 5 anos que aprontava cada uma que é dose! Deve estar registado no disco rígido cerebral.
Hoje a educação das crianças é feita de tanto nham nham que me incomoda imenso e em vez de brincarem com elas e ainda no berço dão-lhes o telemóvel e afins. Muitos pais e avós substituem jardins/parques por hiper mercados ou então sentadinhos em frente a uma televisão.
A minha filha mais nova por volta dos seus 2/3 anos tinha o fascínio por fósforos que o pai deixava a caixa em qualquer lugar. Ralhava etc etc...e um dia e eu já farta, deixei-a fazer e claro de olho nela, acendeu e queimou levemente um dedinho. Nunca mais o fez.
Julgar é fácil mas a meu ver é muito mais saudável crescer numa aldeia do que numa grande cidade embora diga que todo o cuidado é pouco para os que são mais atrevidos e desenrascados que por vezes e até em segundos podem fazer asneira.
Nunca por nunca deixei as minhas filhas e ou netas sozinhas quando bem pequenas.
PARA TU QUE TIVESTE A PACHORRA DE LER DESEJO UM BOM FIM DE SEMANA!