sábado, 12 de setembro de 2009

Lágrimas de mãe











Ninguém tem a capacidade de nos magoar como um filho.
Não necessita sequer ser por actos, bastam as palavras e omissões.

Desde o primeiro momento em que os pegamos nos braços e olhamos espantadas para aquele milagre que colocamos no universo, até ao último pensamento da nossa vida, eles estão sempre presentes, sempre em primeiro lugar. E é uma viagem maravilhosa mas árdua, em que muitas vezes duvidamos do que fazemos porque não existe um manual de instruções para a forma correcta de educar, e por outro lado, cada filho é diferente do outro e necessita de uma linguagem também diferente. Passamos dos dramas das cabeças partidas no recreio, para num ápice nos preocuparmos com as saídas nocturnas e depois com os filhos deles.

Num simples piscar de olhos cabe a nossa vida inteira, nesta relação de amor incondicional, sem limites e sem fim.
Quando crescem descobrem que sabem tudo. E as asas que lhes demos levam-nos para outras paragens.

Estão cheios de certezas, os nossos filhos. Também já fomos assim quando pensávamos que tínhamos todo o tempo do mundo e podíamos fazer qualquer coisa.

Opinam sobre a nossa vida, sobre tudo como se fossem os únicos detentores da verdade e da sabedoria. Nós, os pais para eles somos velhos desde a primeira vez que nos olharam.

Velhos e cheios de erros.

Quando um filho com uma simples afirmação nos corta o coração, desculpamos de imediato.

É isso mesmo este amor infinito. Mas as palavras ficam para sempre cravadas no nosso coração.

E dói tanto! Uma dor que não passa e nós a fingirmos que está tudo bem.

Se eles soubessem que um dia vão sofrer a mesma dor!


Luisa Castel-Branco
no jornal Destak de 23/06/2009

7 comentários:

  1. Ola

    È bem verdade.

    Mas eles depois aprendem ,vâo ser pais também.

    beijocas

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  2. Querida Fatyly

    Partilha de um texto que foi sentido ao ser escrito... não duvido.

    Felizmente que nem sempre é assim... com dois filhos, 39 e 37, nunca as suas palavras me doeram no coração...

    Beijinhos.

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  3. A necessidade de desculpar um filho é um instinto normal que se justifica por sentirmos, que no fundo a culpa também é um pouco nossa...

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  4. Wind
    também achei:)

    Sideny
    Será que aprendem? Eu diria que nem todos:)

    Vicktor
    Ainda bem meu amigo e também não tenho razões de queixa das minhas filhotas porque se "magoam" sabem na hora e aí vai bomba:) acontecendo o mesmo caso seja o contrário.
    Mas conheço tantos casos vivendo a realidade do texto.

    Opinião própria
    Outra visão...com a qual concordo.

    Beijos e obrigado pela vossa presença. Bom domingo

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  5. Um texto intenso e verdadeiro.

    Um filho é mesmo o laço de afeto mais forte que se tem com a vida. Os outros amores podem passar, mas este nosso amor pelos filhos é imenso, intenso, incondicional.

    Boa domingo Fatyly,

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  6. Odele
    também achei e todo ele cheio de razões que a razão não explica, já que um coração de mãe é imenso:)

    Beijocas e que tenhas um bom domingo

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