quinta-feira, 31 de março de 2022

Esta guerra vai pôr fim à era de Putin-- UMA ENTREVISTA A JOSÉ MILHAZES


 







Desde que a Guerra na Ucrânia começou, José Milhazes tem sido uma presença constante nos ecrãs de televisão. O português que viveu 38 anos na Rússia, onde estudou e se casou, conhece como ninguém aquele país e o modo próprio de ser russo. Também conhece a maneira especial como se lidera, tão geneticamente comprometida com autoritarismos czaristas. José Milhazes considera que esta guerra porá fim à era de Putin e aponta as quatro alternativas que deitarão ao chão o homem que a Europa e o Mundo mais temem neste momento.

 Catarina G. Barosa | Fotos: DR

Tendo vivido tantos anos na Rússia, tendo estudado na Rússia, tendo feito a maior parte da sua vida na Rússia, conseguiu identificar algum modo próprio de ser líder naquele país?

Ser líder naquele país obedece ao princípio ou à fórmula “quero, posso e mando” e, se possível, com o menor controlo que possa existir, ou seja, a liderança é muito pessoal. A liderança na Rússia faz muito lembrar o feudalismo; temos o suserano e temos os súbditos. Então, o suserano concede aos súbditos direitos, consoante a sua fidelidade, e isto foi e continua a ser uma constante da história da Rússia.

Mas há exceções?

Claro, há pequenas exceções. Há o caso de Mirkhail Gorbatchev, que tentou destruir este sistema, embora também sofresse um pouco de tentar centralizar nele próprio o poder. Por exemplo, um dos erros que ele cometeu foi, em vez de fazer com que o Parlamento o elegesse Presidente da União Soviética, deveria ter feito isso em eleições gerais, ou seja, legitimar-se através das eleições. Ele receou que não havia condições para que a maioria das pessoas o apoiasse. Agora, todos os outros dirigentes foram autoritários, mesmo olhando para Boris Yeltsin, foi também um dirigente tipicamente autoritário: é ele que manda, que dá ordens, que demite, que nomeia, que faz o que quer. Embora no caso dele com uma certa cobertura democrática, mas, nós vemos por exemplo que, quando entra em confronto com o parlamento russo em 1993, em setembro, acaba por bombardear o parlamento, ou seja, isto é um Presidente que foi democraticamente eleito e que se considerava um grande democrata.

Parece que há uma genética autoritária?

Exatamente, e que eu penso ter origem na política bizantina. É uma política muito concentrada na corte, à volta do tal suserano, do czar, onde não existe sociedade civil.

Apesar de o povo russo ser muito fiel ao ser líder, porque há essa tradição da fidelidade, como identificou e muito bem, é um facto que também há muitos momentos de insurreição na história da Rússia, também se mataram czares, por exemplo.

Isso é um dos mitos muito divulgados da história da Rússia, mas, se formos ver ponto por ponto, percebemos que não é assim. Por exemplo, Pedro III, marido de Catarina II, foi assassinado num golpe de estado dentro da corte. Paulo I, filho de Catarina II, foi assassinado também durante um golpe palaciano, ou seja, aqui não há massas populares, nem revoltas.

Depois temos outro fenómeno que é muito próprio já do século XIX, que é o terrorismo político na Rússia: Alexandre II, talvez um dos mais competentes czares na história da Rússia, o homem que libertou os camponeses da servidão da gleba, acabou por morrer à 12.tentativa de assassinato por terroristas populistas; Alexandre III, que lhe sucedeu, teve o mesmo destino; Nicolau II, o último, foi derrubado por um levantamento popular provocado, entre outras coisas, pela campanha desastrosa na Primeira Guerra Mundial.

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quarta-feira, 30 de março de 2022

Sabao Cra-Cra (The Mad Ku-Ku)



MAMONAS ASSASSINAS QUE TIVERAM O SEU FIM EM 1996 NUM TRÁGICO ACIDENTE DE AVIAÇÃO. 
Na época as minhas filhas e tantos miúdos daqui passavam o dia a cantar as suas músicas.
LEMRAM-SE?

sexta-feira, 25 de março de 2022

quarta-feira, 23 de março de 2022

OLÁ JOÃO

 Olá João 

Partiste há 44 anos, na loucura das horas vagas, em que tu e os teus amigos punham motores de carros em motos e irem para o autódromo experimentar e por vezes também assistia. O quintal dos pais era onde tinhas a oficina:)))

No último regresso maldito marco da estrada que te pregou a finta e partiste na hora. Tinhas 21 anos! e eu já tinha estado no Brasil e regressado a Portugal e foi nesta casa que soube da noticia.

Mas não é disso que quero falar, mas do rapaz que foste em que pregavas tantos sustos aos pais e quando fazias alguma passavas pelo minha casa e era eu sempre que te punha remendos e curativos, ao som das tuas palavras: mana deixa-me experimentar tudo porque sei que vou morrer cedo ao que eu respondia está bem abelha. 

Recordo o mês de férias que tive antes da tua sobrinha nascer em que na minha carrinha ia te buscar e mais 5 jovens e todos ao molho e fé em Deus rumava para a nossa praia. Lembro-me da tua /vossa preocupação quando me fazia ao mar e nadava e nadava escoltada por vós e tu sempre a dizer...ai mana ainda tens a criança numa onda e ainda falas de mim?  E os búzios enormes que apanhavas e fazias numa chapa com brasas? Ainda hoje sinto o cheiro e o sabor e a tua sobrinha tem um enorme que a mãe trouxe e deu-lhe. Ambos eramos os filhos mais irreverentes! 

Quando vejo imagens das guerras e de o povo a fugir,  digo-te que ainda guardo o amuleto que me deste no caos do aeroporto de Luanda e o abraço que me deste e nunca mais te vi porque foste obrigado a ingressar na tropa da nossa terra.

"ai uê manô qui saudades de tu":) mas hoje estás na companhia do pai.

Nunca sonhei contigo nem com o pai mas nestes 44 anos houve duas situações que tive apenas contigo:

A caminho do meu trabalho em Lisboa na companhia de dois colegas, ouvi a tua voz a chamar por mim...Fatyly...Fatyly... o que me fez olhar para trás e não te vi. Inacreditável e os meus colegas perguntaram-me o que foi? Disse que te tinha ouvido chamar por duas vezes. Mas o teu irmão não está em Luanda? respondi que sim...e segui em frente. Dois dias depois morreste...11 de Fevereiro!  

Hoje acordei e ainda estremunhada tive a sensação da tua mão na minha e ouvir umas palavras: mana continua a ser quem és e acredita que em breve virá a paz, diz isso à mãe. Não me recordo se sonhei só sei que dormi super bem.

Dei um pulo da cama e bastante serena arranjei-me, abri as janelas todas, fui ao pão e beber um café.

No regresso reparei que ontem não mudei a folha do calendário de secretária porque o sono já era por demais. Só o fiz quando me sentei aqui e vi que hoje farias 65 anos.

Que coincidências estranhas que por vezes a nossa mente nos prega.

UM ABRAÇO SINCERO PARA TI QUE TIVESTE A PACHORRA DE LER ESTA PARTILHA.

sábado, 19 de março de 2022

(Acróstico) Saber Sorrir...

 












S into-te triste hoje, anda vem cá
A ninha-te aqui nos meus braços
B eleza dentro de ti sempre há
E squeçe o que te fez embaraços
R oça teu rosto,desenha teus traços!

S im, não tenhas medo nem vergonha
iço-te com todo o meu carinho
R econforta-te um miminho?
R econforta-te um beijinho?
I nfiltra em ti este calorzinho
R asga esse silêncio que te amedonha!

F ico contigo até amanhecer
A ti nada te perguntarei
Z arpas só quando te apetecer!

B raços que nos recebem na dor
E saber sempre ser acolhedor
aria vai buscar um cobertor...

porque tenho frio... já sem dor!

Fatyly (Abril 2007)


quinta-feira, 17 de março de 2022

PEGADAS NA AREIA - Margaret Fishback Powers

 PEGADAS NA AREIA

Corciolli
Relaxamento













O músico e compositor Corciolli é um nome bem conhecido da música instrumental brasileira, um dos pioneiros no Brasil a introduzir o conceito de bem estar e qualidade de vida associados à música. Para o artista, a música é um canal de comunicação espiritual com as pessoas, com nosso Eu interior e com Deus...

Inspirado no famoso poema cristão “Pegadas na Areia”, Corciolli desenvolveu um projeto para a Azul Music, elaborando um CD com músicas que pudessem transmitir o sentimento sublime do poema, que há mais de 40 anos, reconforta milhares de pessoas mundo afora.

Qual foi sua surpresa ao descobrir que “Pegadas na Areia” não era um poema de autor desconhecido como amplamente divulgado, mas escrito em 1964 pela canadense Margaret Fishback Powers. Somente no final de 2004 que o livro homônimo seria lançado no Brasil, e por essa razão, a autora estava aqui para uma série de palestras e compromissos de divulgação.

Agendado um encontro entre o músico e a escritora, ficou claro que o projeto se tornara muito especial, com um sentido profundo e “magicamente” construído pelos desígnios do destino... Margaret contou à Corciolli que escrevera o poema para o seu marido, Paul Powers, na noite em que ele pediu sua mão em casamento; Paul abriu o coração e lhe contou a história de sua vida, marcada por profundos sofrimentos e privações. O casal andava nas areias da praia, e ao olhar para trás, Margaret visualizou o par de pegadas... Mergulhada em um turbilhão de sentimentos durante a madrugada, Margaret escreveu para Paul, as sublimes linhas que ganharam o mundo em sua simplicidade e beleza.

Sensibilizado após este encontro, Corciolli passou a desenvolver os temas musicais baseados em trechos do poema. Criando sensíveis melodias no piano com uma base de teclados orquestrais, o músico foi registrando as composições em tempo real, de forma espontânea, sem gravações posteriores. Dessa forma, transparece a sintonia inspirada de Corciolli, sem interferências ou ajustes planejados, apenas um fluir de sensações... Os temas musicais transportam o ouvinte ao universo do poema, proporcionando sentimentos de esperança e fé. Uma experiência marcante na carreira do músico como uma conversa espiritual, com tudo o que nos reconforta e proporciona a força necessária para irmos em frente, superando as dificuldades...

http://www.azulmusic.com.br


Pegadas na Areia
Sonhei que estava caminhando na praia
juntamente com Deus.
E revi, espelhado no céu,
todos os dias da minha vida.
E em cada dia vivido,
apareciam na areia, duas pegadas :
as minhas e as d’Ele.
No entanto, de quando em quando,
vi que havia apenas as minhas pegadas,
e isso precisamente
nos dias mais difíceis da minha vida.

Então perguntei a Deus:
"Senhor, eu quis seguir-Te,
e Tu prometeste ficar sempre comigo.
Porque deixaste-me sozinho,
logo nos momentos mais difíceis?

Ao que Ele respondeu:
"Meu filho, Eu te amo e nunca te abandonei.
Os dias em que viste só um par de pegadas na areia
são precisamente aqueles
em que Eu te levei nos meus braços"

sexta-feira, 4 de março de 2022