(À menina Flávia, por tudo aquilo que ela nos ensina, ali deitada em sua cama)
Quando o sorriso de uma criança se cala
Enquanto os sonhos escorrem pelo ralo,
E a dor da mãe é de um silêncio tão alto
Que grita mais que a dor do próprio parto;
Quando o viver passa a ser na lembrança
Daquilo que foi ou que poderia ter sido:
O primeiro passo, a primeiro dente caído
O dia de debutante, o dia da formatura...
E que agora foi para sempre apartado
Pelo descaso de uma triste fatalidade,
Pela imprudência de um mal terceiro
Que impunemente negligencia a vida.
Quando tudo isso ocorre dia após dia
Com José, Flávia, Pedro ou Maria...
É para que se aprenda alguma verdade,
Seja de solidariedade ou mesmo justiça:
Temos mãos que podem criar mudanças,
Coração e sentimentos capazes de unir,
E uma mente com a sabedoria necessária
Para aceitar aquilo que nos foi confiado.
Postado por Ramon de Alencar
Post de Odele de 30/11/2007
Nada é impossível de mudar
Desconfiai do mais trivial ,
na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.
Bertolt Brecht
Post de Wind - 24 de Novembro de 2004
Perdida na neblina, forte e densa...
Porém, não se perdeu meu pensamento.
Pois quanto mais distante, mais se pensa,
Alguém que não se esquece um só momento!
Ousei sonhar... (que estava tão propensa!).
Dormindo e acordada, um sonho lento,
Nostalgia a me envolver, suave e imensa,
Levou-me para as nuvens, como o vento.
Procurei uma ilusão no nevoeiro,
Como se eu fosse, a tão doce menina,
Que se perdeu no ar, em algum lugar...
Após o que viveu, não quer se achar...
Amar é ver de novo o sol nascer,
Em meio à espessa névoa, sem querer!
Tere Penhabe
Santos, 05/02/2008