segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Leitura que Recomendo

"Morrer é só não ser visto - Inês de Barros Baptista














A morte é a Curva da Estrada

A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
existir como eu existo.

A terra é feita de céu.
A mentira não tem Ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho!

Fernando Pessoa


"Num livro corajoso, a jornalista reúne aquilo a que chama 13 histórias de «lutos positivos». O título é retirado de um verso de Fernando Pessoa e Inês de Barros Baptista usa-o para retirar o fatalismo que considera estar associado à morte.

«Sem querer ser pretensiosa», a autora espera que o livro ajude as pessoas a lidarem com a inevitabilidade da morte, dizendo que ela, a morte, não tem de ser necessariamente o fim. Pode mesmo ser o início de outro tipo de «relação», como disse numa conversa desassombrada com a Lux." in Lux.pt
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Falo da morte como falo da vida, aceito a morte como aceito a vida, porque ambas estão ligadas e falar da morte ainda é tabu, porque conscientemente ou inconscientemente julgamo-nos imortais. Já tive imensas percas e faz parte de mim fazer bem, ajudar, conviver em vida e quando partem como eu também um dia partirei, choro, revolto-me naturalmente mas instala-se a paz de que fiz tudo enquanto foram vivos e estejam onde estiverem, para mim uma autêntica incógnita, nunca me incomodaram. Falo deles como se estivessem presentes e sem "filmes fantasiados", por exemplo do meu irmão, do meu pai e dos gémeos com quase 7 meses de gestação que morreram ainda dentro de mim e que me neguei a ver o "horror" em que estavam não tendo feito sequer o funeral, mas sim entregue "aos estudantes de Medicina" (não me recordo o nome exacto da entidade de então). Com este último caso fui severamente criticada por alguns católicos fanáticos a quem mandei comer erva!

Adorei ler este livro por ser uma autêntica reflexão com casos reais e não romanceados. Foi perceber um pouco mais como pessoas tão distintas (ninguém é igual a ninguém) que ficam, lutaram e lutam após a perca de quem lhes é tão querido, torneando o trauma dantesco numa "obrigação" tenho que continuar a viver e não apenas sobreviver, onde todos nós (des)crentes
(porque ninguém está livre de passar pelo mesmo) construímos e acreditamos e ou agarramo-nos a ALGO (a que eu chamo fé) sendo a plataforma de superação e aceitação.

11 comentários:

  1. desculpa que te diga, mas para mim Morte é morte. Nao me venham dizes que há vida para alem da morte que é uma passagem para mim significa isso mesmo MORTE
    kis :(:(

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  2. Observador
    Realmente é dos tais livros que gostei para entender um pouco mais sobre a mente humana.

    Avogi
    Não sou eu que te digo e sinceramente não sei o que há ou não há além da morte, mas respeito quem acredita. Este livro é simplesmente fantástico e nada daqueles que nos querem impingir coisas fanáticas e absurdas, mas sim como construiram ALGO para dar a volta a duros golpes.

    Beijocas e obrigado

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  3. Pois, com ou sem livros, perder alguém é sempre mau, não me venham com tretas!
    Desculpa lá:)
    E nunca se supera...
    Beijocas

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  4. Olá

    Belo post.

    Para mim também morte é morte acabou.

    Há que tratar bem quando sâo vivos.

    beijinhos

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  5. Wind
    Claro que é sempre mau, mas supera-se sim, e falo por mim, sem ser treta alguma,num trabalho que só nós próprios é que conseguimos que a dor da perca, por vezes com um trauma dantesa se vá atenuando, o que acontece é que nunca se esquece.
    A dor maior é perder um filho e vejo que a minha mãe conseguiu atenuar e continuar a viver, mas esquecer NUNCA. Quando por vezes se fala e se diz somos 4, ela emenda e diz não...são 5 filhos.
    É a minha opinião embore respeite a tua e sabes bem disso:)

    Beijocas e obrigado

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  6. Sideny
    Também acho que a morte é o final de tudo e há que cuidar é de quem fica!

    Beijocas e obrigado

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  7. Pois Fatyly, nunca se esquece...
    Beijocas

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  8. A morte, só existe porque nós ainda estamos vivos. Depois da Morte nada mais tem sentido. Morte, é o fim da carreira que mal começou.

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  9. Espaço do João
    Também é o que eu acho, mas quando lá chegar logo tirarei a limpo:):):):)

    Beijocas e obrigado

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