
Quando trabalhava, os advogados(as) tinham nos seus gabinetes algumas plantas que traziam. Na nossa sala também havia e como almoçava lá dentro o que levava de casa, no tempo que restava tratava delas.
Certo dia um dos advogados trouxe uma planta pequenina e quase morta,
igual à da foto (do Google), que na minha terra era conhecida pela
"a planta dos mudos", coincidente com a atitude de muitos perante o mau feitio que lhe era reconhecido.
Não faço a mínima ideia onde é que ele a arranjou, trouxe terra e um vaso maior e pediu-me o favor se podia tratar dela, testando-me para ver se pagaria da mesma forma como ele nos tratava, né?
Se ele tinha "escola" eu já tinha "universidade" (gargalhadas).
Assim foi, mas disse-lhe: Dr. o senhor sabe que as plantas gostam de alegria, simpatia, respeito e carinho? Eu faço com muito gosto, como faço a todas as outras plantas e flores, mas o senhor tem que mudar um pouco a sua maneira de ser, para bem da pobrezinha e do pessoal que o atura. Faça um esforço e verá que será mais feliz, sorridente e até ela irá sobreviver.
Ainda recordo a gargalhada sarcástica que ele deu, como a dizer: vai, vai!!!
Só sei que a danada arrebitou, rebentou por tudo que era ponta e do vaso passou para um vasão e quando me vim embora deixei-a ficar num tamanho que só visto.
Quem (e na sua ausência era eu que marchava) trabalhava com ele foi notando a sua mudança.
Eu mudei a planta e esta mudou aquele homem. Terá sido? Não sei, sei que aprendi e fiz ao longo da minha vida, que em vez de virarmos as costas ao que nos incomoda ou até a quem se julga que tem o "rei na barriga", tivermos uma postura contrária e verdadeira, ou até traduzido num gesto como este...qualquer cenário poderá tornar-se diferente.
Na minha forma de ver o que me rodeia, um trabalho, os vizinhos, os companheiros(as) de um café, das viagens diárias em transportes públicos, das horas infindáveis nos Centros de Emprego, nos Centro de Saúde, nos Hospitais, num super ou hiper-mercado e até na própria família por vezes de costas voltadas, tudo junto formam a sociedade...a a actual está muito doente, triste e façamos o que pudermos para darmos e dar-lhe a volta, em prol do nosso bem estar e dos outros!
Claro que custa mudar, mas é nesse esforço individual que nos devemos focar para podermos chegar ao colectivo e se possível "conhecer um pouco mais os meandros dos políticos, que são homens e mulheres como nós, com defeitos e qualidades"!