Conhecendo-se o impacto ambiental do eucalipto - consumo de água, maior facilidade de propagação de incêndios e efeitos nas espécies autóctones - as leis portuguesas exigiam algumas regas para a sua plantação. E, para impedir o recurso a atividades criminosas que beneficiavam o infrator, determinava-se que nas zonas atingidas por incêndios só se poderia replantar árvores da mesma espécie.
Segundo nova legislação que o governo apresenta agora, inédita na Europa, a arborização até cinco hectares e a rearborização até dez hectares poderá ser feita com qualquer espécie, sem necessidade de qualquer autorização. Volta-se à regra do deferimento tácito, um convite descarado à corrupção sem rasto.
Como o eucalipto é uma espécie com retorno financeiro rápido - mas enormes prejuízo para económicos e ambientais a longo prazo -, o fim de qualquer entrave à eucaliptalização do território garantirá que Portugal, um dos países com mais eucaliptos na Europa (ocupa uma área superior a 700 mil hectares, o que tem contribuído para as piores estatísticas de incêndios da Europa), destruirá muito rapidamente toda a sua floresta. Como nem a pequeníssima área agrícola é protegida pela nova lei, os melhores solos para a nossa agricultura também serão afectados. O processo de desruralização do território entrará na sua derradeira fase. Grande parte do País será um enorme eucaliptal sem ninguém a viver lá.
A alteração das regras para a rearborização das áreas ardidas é apenas um prémio ao crime. Diria mesmo que é um convite ao crime.
Não é difícil perceber de onde surgiu esta criminosa ideia. A celulose tem espaço para crescer e exportar. A crise, quando se é governado por quem não tem objetivos a longo prazo, favorece uma má utilização dos recursos. O País precisa de exportar e a indústria aproveitou a dificuldades da nossa economia e um governo sem rumo para garantir para si própria uma liberdade absoluta. O seu poder nos sucessivos ministérios da agricultura é conhecido. Mas faltava encontrar em São Bento gente suficientemente irresponsável para permitir que a floresta portuguesa lhe fosse entregue sem freio.
Com esta irresponsabilidade o governo facilitará a desertificação das zonas rurais, a destruição do que sobra da nossa agricultura e a propagação crescente de incêndios - quer pela natureza deste tipo de plantação, quer pelo prémio ao crime. Muitos dos erros que foram cometidos no passado resultam da cegueira de quem governa a olhar para o dia seguinte. Este será, no futuro, apenas mais um exemplo.
Não sei se este governo se move, neste caso, por preconceito ideológico contra os limites ao mercado, por cedência aos mais poderosos interesses empresariais ou por desespero económico.
Sei que, em todas áreas da nossa economia, há um padrão: o da irresponsabilidade sem limites. É só mais uma.
DANIEL OLIVEIRA
Expresso Online - 18/07/2012
Nem sempre estou de acordo com este senhor, mas nisto tenho que concordar já que todos os anos a história se repete e este começou ainda mais cedo, o "TERRORISMO INCENDIÁRIO" (estas 2 palavras do Alberto João) e penalizações ZERO!
É caso para dizer que "não há fumo sem fogo"!
Aconteça o que acontecer amanhã
ResponderEliminarJá tive o dia de hoje
Aconteça que não veja mais o mesmo céu
Nem uma Lua que envergonhada foge
Cada silaba minha traz o Inverno
À poeta sem luz ou louvor
Não quero que morra a minha herança de alegria
Nem que me atirem mais a palavra amor
Bom fim de semana
Doce beijo
A amizade é o convívio do dia-a-dia.
ResponderEliminarEstar juntas nos momentos felizes e nas horas
difíceis
compartilhar o sofrimento
um do outro( outra) dividir momentos de felicidade.
È a cumplicidade é compriender e acima de tudo
confortar quando algum de nossos amigos(AMIGAS)
precisam de uma unica palavra de carinho para fazer seus dias melhores.
Não podemos chamar de amigo (A) aquele que sem motivos
se afasta de nós quando mais precisamos de
uma palavra de carinho .
Um feliz Dia do amigo .
Obrigada por um dia ter colocado mu nome
na sua lista de amigos(AS).
Que seu final de semana seja feliz
sua amiga para sempre,Evanir.
FELIZ DIA DO AMIGO.
Evanir..
Isto dos incêndios tem muito que se lhe diga...O calor, o excesso de vegetação ou a falta de limpeza servem para justificar muita coisa, contudo sem a mãozinha humana não arderia praticamente nada.
ResponderEliminarE quem se interessa verdadeiramente pelos sérios problemas que afectam o País e o Povo?
ResponderEliminarO que der lucro rápido, aprove-se. Porque o resto pode esperar.
Olá, Amiga. Tudo bem ? Espero que sim. Para além de tudo que se deve ter e conta , há uma coisa que tenho focado tanta vez : Enquanto o combate aos incêndios for feito por privados que investem nos meios , haverá sempre causas naturais , mas as mais e principais serão sempre as criminosas . Simplesmente porque ganham à hora. E quantos prendem ? Quantos julgam ? Quantos condenam ?
ResponderEliminarMarquem-se os incendiários com chipes ou prendam-os para estarem controlados durante o verão , pelo menos . Fica bem , um abraço.
Ainda os incêndios . Penso que a solução seria o estado assumir a despesa com a compra de meios aéreos próprios e como é lógico os pilotos não iam incendiar porque tinham o ordenado garantido e esses meios durante o resto do ano podiam ser utilizados , no transporte de doentes . Em vez de andarem de carripana a assapar por caminhos e ( quase ) carreiros. Mas todos sabemos que as vacas ou estão secas ou loucas e o País está exangue.
ResponderEliminarAmiga , ainda isto . Pôr o exército a transportar e a guardar grupos de presos , todos os que estivessem em condições , a limpar as matas em devido tempo . Para que serve tanta tropa aquertelada ? Hoje em dia as guerras fazem-se de outras formas _ em gabinetes mexendo em botões .
ResponderEliminarE há outras coisas que não cabem neste escrito curto. Por exemplo: As idas para o estrangeiro em missões especiais , sacar o pilim...
Concordo.
ResponderEliminarBeijocas
O Profeta
ResponderEliminarParabéns poeta:)
Beijos e obrigado
Evanir
ResponderEliminarTambém para ti um Feliz Dia do Amigo:)
Beijos e obrigado
Kruzes Kanhoto
ResponderEliminarSubscrevo totalmente e há grande negócios com mãozinha? diria antes patorras!
Beijos e obrigado
Observador
ResponderEliminarInfelizmente é verdade e o que dizes já é uma norma/lei/regra neste país!
Beijos e obrigado
Carva55
ResponderEliminarSubscrevo integralmente tudo o que disseste porque até o que já prenderam na Madeira ficou com a medida de se "apresentar periodicamente" como medida de coacção...e nos entretantos? Este país que é teu e longe de ser meu...cada vez está pior e imagino a tua tristeza de o ver neste estado e de tão longe onde a impunidade é rainha em todos os campos!
Beijos e obrigado
Carva55
ResponderEliminarMas isso falo eu no post...para que servem tantos militares? Apenas 6 ou 7 da GNR? Este Ministro da Administração interna e Protecção Civil como os seus antecessores deveriam eram ser...não digo para não ser má.
A onda de violência tem tido várias vertentes...mas aos GRANDES SENHORES ninguém lhes rouba, assalta, mata ou incendeia!!!!
Aquele braço deste teu Portugal tão distante!