Dia 6 e 10 fui logo de manhã para casa da filha mais velha e claro visitar a minha mãe às horas inesperadas e sem aviso prévio. Está bem, um pouco baralhada nas conversas, num registo muito melhor de adaptação e bem instalada no seu quarto individual que diz ser o seu mundo. Pus pomada nos seus joelhos a pedido da fisioterapeuta que faz parte do lar e que vai duas vezes por semana "exercitar todo o mundo".
Dia 8 trouxe-a aqui para cortar o cabelo porque já se sentia triste com o seu "aspecto". Um dia de sol. Do carro até à porta e volta do seu "menino cabeleireiro" deu 20 passinhos. Deixei-a sozinha pois gosta de conversar e uma hora depois fui busca-la. Como sempre pergunto se quer ir até à sua antiga praceta para ver as amigas. Não, que continuem a ir ao lar como já o fizeram.
Fomos lanchar. Ida e volta mais 30 passinhos, sempre amparada na sua bengala e em mim. Estava estafada e cheia de dores nos joelhos. No lar também anda pouco mas com menos esforço porque o empedrado dos passeios é terrível para quem tem pouca mobilidade e canso muito a minha alma com medo que ela caia. Cheguei ao lar, fui buscar a sua cadeira de rodas e fomos até ao quarto. Mais umas quantas coisas de "faz-me isto e põe ali e acolá numa de tira, rapa, põe e deixa:)"
Segui e fiquei na filha na companhia das netas que já tinham vindo da escola.
No meio do muito que se faz numa casa e que num ápice é virada do avesso, brinquei com estes dois que por vezes tiram-me do sério por andarem sempre atentos e atrás de mim.
O Lucky é super bem comportado e obediente, mas a Zara que completou um ano é completamente destravada e com pilhas duracell. Por vezes ele mete-a na ordem, mas esquece facilmente. Tem genes de canguru e toupeira e só visto que contado ninguém acredita. Pula bem alto quando quer chegar ao que lhe interessa para estragar e faz buracos por todo o lado. Só obedece ao meu genro porque sabe que uma palmada dele vale por mil das minhas e ou da minha filha:))
Ora vejam lá as minhas sombras negra e castanha e o estado em que está parte do quintal.
Nos outros dias arrumei a cubata, dei passeios a pé e li, porque ver televisão só desportos preferidos. Também fiz companhia a quem me bateu à porta para ir até ao café. Se fosse tomar café cada vez que me chamam era um autêntico caldeirão de cafeína:)))
Há tempo para tudo desde que tenhamos vontade de não "assapar no sofá", que não faz o meu género.
Amanhã a minha neta fará 14 anos. Ontem depois de termos jogado ao Stop ela pediu-me como prenda de anos "arroz de pato" e as duas foram a correr ao seu quarto. Pensei logo numa qualquer partida, mas vinham as duas e...avó toma para comprares o pato porque sabemos que são caros e tu não podes. Comovi-me e não aceitei e agradeci num abraço.Há gestos que valem e sabem tão bem!
Já adiantei tudo e amanhei farei o resto para delícia das filhas, genros, netos e mãe.
Tiveste paciência de ler tudo? Então toma lá um enorme
(imagem Google)