quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pais, avós e netos...


(…)Quando os pais vivem momentos difíceis, podem até “entregar” os filhos durante períodos mais ou menos longos, passando os avós a “fazer de pais” e de encarregados de educação face à escola. Esta decisão parental tem evidentes repercussões futuras, que dependem da relação existente entre a segunda e a terceira geração e das circunstâncias em que a criança ou o adolescente passaram a viver longe da primeira casa. Em algumas consultas, ouvi queixas amargas e críticas aos pais por esta passagem para casa dos avós, sentida como um abandono (…)
São de evitar conflitos entre pais e filhos na presença dos netos, porque a continuidade da família e a harmonia entre as gerações são tranquilizadoras para os mais novos. Se existem contradições, devem ser discutidas sem que eles ouçam, mas nunca negadas perante uma pergunta: a uma criança ou adolescente é preferível não dizer toda a verdade do que tentar convencê-los com uma mentira piedosa (…)
In “A razão dos avós” Daniel Sampaio
Imagem do Google

…………
Este livro que já li, marcando imensas passagens, voltando a ler, meditar, pensar e rever, para mim é um dos poucos que está recheado de magníficos “exemplos” que podem ajudar a fortalecer elos e vencer barreiras entre gerações.

Sendo eu quem sou e pela minha experiência de vida, nunca abri mão de regras impostas, talvez a chave que muitos da minha geração ainda não encontraram:

- Jamais fiz o papel de “mãe e sogra” intrometida, opinativa, gestora, organizadora, enciumada, etc., bem ao estilo de muitos da minha geração, sem respeitarem o espaço que o casal deve ter. À custa disso muitos casais se separam.
- Se os pais ralham e castigam os filhos e estou presente, refugiam-se no meu colo e faço de contas que nem as vejo, dizendo apenas: o papá e a mamã têm razão, vai resolver “tudinho” com eles e depois vem aqui. O mesmo sucede quando é o inverso.
- Sou avó em SOS e sempre presente. Quando ficam comigo e abusam não há farinha amparo para ninguém, digo não…é NÃO, digo sim…é SIM, levantarem a mão ou fazerem birras, oh, oh…prefiro dar uma palmada na hora que mil palavras ao vento. Se nunca fiz todas "as vontadinhas às filhas" hoje faço o mesmo com as netas.
- Como é óbvio os netos agarram-se mais aos avós presentes não querendo dizer que ser “presente” é a obrigatoriedade de estar todos os dias com eles, porque o que é demais...não presta. Até porque…
- Deixamos de viver para viver em função dos filhos e dos netos.

Há avós que tanto sofreram para criar os filhos e hoje, que podiam ter um bocadinho de mais descanso, vêm-se a braços com os netos porque os pais, por mil e uma razões e algumas bem tristes, demitiram-se do seu papel, o que não deixa de ser uma dura realidade!

Qual é a tua opinião? O que fazes ou farias?

17 comentários:

  1. Gosto de discordar por vocação e provocação amigável mas, vá lá... só por esta vez.
    Palavras levas o vento e uma palmada preventiva é com'ó caldo de galinha... não fazem mal a ninguém.
    Quanto aos pais é com'ó amor nunca gostei da posição de missionária em excesso.
    Bjs

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  2. Sou suspeita, meu Doce porque te conheço para além daqui, deste espaço e ainda que digas que tens tanto ainda para aprender, muito gostaria de assistir (caladinha para não perder uma pitada que fosse) a uma conversa entre os dois , tu e o Daniel Sampaio.
    Se tens tanto para aprender, ele, com toda a certeza, ia aprender também, tanto, contigo.
    Beijo doce desta tua fiota que te adora mile (como dizem as Pickles)

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  3. É difícil discordar de Daniel Sampaio.
    Mas concordo e essa é a minha verdade.

    Se fosse comigo?
    Esperava que a crise, o mau momento, passasse o mais depressa e melhor possível, e tentava gerir a situação.
    Sempre com a firme intenção de evitar molestar o relacionamento com as crianças.

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  4. Concordo com o Daniel Sampaio e contigo.
    Que mais posso acrescentar?
    Beijocas

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  5. Esqueci de escrever que adorei este novo template:)

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  6. ...tudo tem seu tempo!E cada um seu papel!Bjs

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  7. Erecteu
    Fazes muito bem em dar a tua opinião discordante ou não:) e nada como uma palmada na hora do que mil palavras ao vento (como digo no post) e concordo...jamais ser missionária em excesso.

    Cris
    Também eu meu doce, gostaria muito de conversar com Daniel Sampaio, um escritor que sempre acompanhei. Já o vi várias vezes em Sintra, mas não faz o meu género de meter conversa com figuras conhecidas apesar da sua enorme simplicidade.

    Observador
    também concordo "é mesmo difícil de discordar" e gostei da tua opinião!

    Wind
    Nada meu doce :) O template hehehehe agora é mesmo da cor do chão da minha cubata:)

    Obrigado a todos e uma beijoca bem sonora de um BOM DIA:)

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  8. Concordo com Daniel Sampaio e contigo, mas verdade é que conheço vários avós que não podem dar uma reprimenda aos netos.
    Se o fizerem, sujeitam-se a deixar de ver os netos para sempre.
    E se uns aguentam essa situação outros não.
    Muitos fecham os olhos e reprimem um ralhete, para as crianças não se aperceberem de tal situação.
    Claro que os avós, nestes casos, podem ficar com o tempo livre, mas num grande sofrimento.

    Bom seria, os tais tempos livres que tu falas, mas não por esta via...

    Um abraço mh amiga, gostei muito do teu novo template.

    Tem uma boa semana.

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  9. Nasceu!
    Nascem a todo o instante
    Os sentires vindos da alma
    Tatuados a cada semblante

    Um beijo na tua procura
    Um abraço fica suspenso
    Um sorriso desponta da tristeza
    Um olhar prende o momento


    Boa semana


    Doce beijo

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  10. Oi amiga,

    Acho que temos muito a aprender contigo no papel de avó. Vejo por exemplo filhos que os deixam "eternamente"com os pais - avós de seus filhos, como se esta fosse uma obrigação deles. Os avós já criaram os filhos e agora terão que criar também os netos?! Por vezes são avós já idosos e cansados e ficam às voltas com as peraltices das crianças. Fico com pena desses avós.

    Penso que é preciso separar o papel dos avós e dos pais. Cada um tem a sua enorme importância, mas que um não faça o papel do outro. Acho que fazes muito bem em não "apoiar"as netas quando os pais ralham com elas. E o vice versa também é o correto.

    Um dia quero ler este livro de que falas aqui.

    Beijos!

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  11. Nem sempre concordo com o Daniel Sampaio, mas neste caso acho correctas as suas palavras.
    E mais correcta ainda a tua postura.
    Um dia, quando for avô (espero que não demore de mais, se não já não vou a tempo), tu serás para mim um exemplo, podes crer.
    Sei, por experiência própria, que os avós do meu filho, que muito nos ajudaram na criação do rapaz, nem sempre tiveram as atitudes educativas mais dessejáveis. Mas isso deveu-se, fundamentalmente, a razões culturais e à sua própria educação.Tudo o que fizeram foi na melhor das intenções e com muito amor.Agradeço-lhes tudo isso.

    Deixa-me dizer, com a sinceridade de sempre que, ao contrário da Wind, gosto menos deste template. Vai menos com a tua personalidade pois é um mais tristonho e mais "clássico" do que o teu anterior. Mas tu é que sabes, claro.

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  12. Boas Fatyly

    Sou Pai, sou filho e os meus pais avós... na minha condição de pai divorciado confesso que para alguns dos cuidados que a minha filhota tem de receber a ajuda da minha mãe é preciosa... não para me desresponsabilizar mas por simples necessidade... poderia aprender sim... mas 4 dias por mês com ela é muito pouco e todo tempo é pouco para a aproveitar..

    Uma grande chama para ti ... beijo

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  13. Vi Leardi
    Nem mais e o mal é a baralhação que muitos fazem!

    Kao
    o referes é problemático e muito triste. Também conheço casos em que o casal diz:permito aos meus pais, mas aos meus sogros não! Acredita que as crianças percebem perfeitamente essa situação e vão crescendo de "tudo poderem fazer".
    Os tempos livres dos avós recheados com esse drama é igualmente nocivo, mas a meu ver nunca devemos permitir tudo aos netos e muito menos aos filhos & Compª.:).
    O que eu faria? procurava saídas para colmatar esse sofrimento.


    O Profeta
    Quem nasceu? Boa semana:)

    Odele
    é mesmo assim amiga, nenhum se deve demitir do seu papel e muito menos misturar papéis. Como é óbvio há excepções e só por um motivo de força maior é que os avós deveriam ficar com os netos, mas nunca de "uma obrigação versus cobrança".
    Se puderes lê, porque todos deste médico são magníficos.

    Obrigado a todos e uma beijoca bem sonora de um resto de BOM DIA:)

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  14. refletindo sobre o texto, acho que a presença dos avós é benéfica se nao houver imposição de nenhuma das partes(os avós auxiliam os filhos e os pais nao os abandonam por longos períodos).Haverá de ter harmonia !sem que seja proibido "ensinar" o correto na hora necessária.
    parabéns pelo blog, estou a te espiar rsrs

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  15. Eu acho que nâo se deve misturar os dois papeis.
    quando os pais ralham , os avos nâo se devem meter e vice versa.

    Quanto as umas palmadas na hora certa nunca fizeram mal a ninguém.

    E o saber dizer nâo é nao.
    e o sim é sim .

    Foi o que sempre fiz, e dei-me bem até hoje.
    Gostei bastante deste post.

    beijocas

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  16. Peciscas
    Não vais a tempo? que é isso? ah vais sim senhora e aí vais saber o que é ficarem a doer as cruzes, os joelhos, as pernas porque eles vêm ligados à corrente eléctrica e nós perdemos o juízo por completo LOLLLLL
    Sabes que a minha postura foi severamente criticada pelas minhas irmãs? Uma porque criou os 4 desde pequenos (tem levado coices do filho e da nora) e hoje está a pagar pelos "exageros que cometeu" sem ter necessidade nenhuma e já me dá razão...nem tanto ao mar, nem tanto à terra e a outra ainda não tem nenhum mas vem-me dar os chás filosóficos do blá, blá e eu arrumo com a minha prática:)
    Quanto à ajuda que deram ao teu rapaz, como é óbvio foram as que souberam dar e não os podemos culpar!
    Quanto ao template, não tens que pedir desculpa é de facto mais tristonho, gostei dele quando o mudei por me lembrar do chão da minha terra, talvez estivesse um nadica tristonha e agora olho e penso: tão clássico e logo eu que não sou nada clássica...aqui falta algo meu:), mas vou mudar um dia destes.

    As Chamas do Fénix
    Desde já agradeço o teu testemunho. Se eu tivesse a braços com a "tua situação" faria o mesmo e quem te culpa de "falta de responsabilidade"?
    Quando li..."4 dias por mês?"...tive que me levantar e respirar fundo 350 vezes...e ainda bem que já me reformei mas vi tantos cenários que me viraram as tripas.
    Força, nunca desistas e dá-lhe tudo o que puderes principalmente afecto, carinho e amor.

    Lisette Costa
    é isso mesmo...é benéfica sem imposições e continua a espiar-me sempre que te apetecer:)

    Obrigado a todos e uma beijoca bem sonora de um resto de BOM DIA:)

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  17. Sideny
    tal e qual e como tu, eu também até hoje não misturei papéis e estou muito satisfeita:)

    Uma beijoca muito grande e obrigado

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