coisas que fascinam (108)
o Amor dos Velhos.
Quando eu era pequeno pensava que todos os velhos apaixonados só se tinham apaixonado uma vez. Para mim as pessoas apaixonavam-se, namoravam, casavam e viviam felizes uma com a outra até à morte. Aliás, nenhum casal de velhos se tinha apaixonado tardiamente mas sim ainda em tenra idade, e era desde aí que a vida de duas pessoas apaixonadas se desenhava em conjunto.
Talvez eu achasse isso porque o primeiro Amor da nossa vida, aquele de criança, seja tão forte que não pomos a hipótese de vir a ter outro igual. Mas acabamos por ter, igual e diferente. Durante a vida até nos chegamos a contentar com amores mais ou menos, que são aqueles amores que temos mas a que passamos os dias a dizer nim. Nem sim nem não, até ao dia em que inevitavelmente dizemos um grande não.
Esta nova forma probabilística de encarar o Amor decepcionou-me durante algum tempo. Decepcionou-me porque o Amor deixou de ser aquela coisa mágica para uma vida toda e passou a ser suave. Algo que vai e vem quando lhe apetece, às vezes com mais intensidade, outras vezes com menos, mas sempre suave.
Salvou-me dessa decepção total precisamente o Amor dos Velhos. Afinal todos os velhos que eu via na rua de mão dada já se tinham apaixonado milhentas vezes por outras pessoas, e isso fazia com que o Amor pudesse ser uma escolha de todos esses amores.
Passei então a viver bem com amores efémeros, convencido que mais tarde ou mais cedo me apareceria um que pudesse envelhecer comigo. Seria a escolha... e acho que já apareceu.
Publicada em 30/7/2010 por bagaco amarelo em "não compreendo as mulheres"
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Baú das memórias
1968:- Estava em Angola, recebi uma carta de minha mãe. Juntamente vinha uma foto bem pequenina em que ela estava junto de meu pai, na descida para a casa onde nasci ( um palheiro ). Foi a última foto que tiraram juntos, pois poucos meses após,meu pai falecia. Guardo esta foto como a maior preciosidade que possuo. Espero não regredir a esses tempos, mas pelo andar da carruagem...bem me parece que pouco falta para chegar à estação. Tinha 70 anos, a mesma idade que hoje tenho. Para mim,já chega, a alegria de viver já se desprendeu.A carruagem está a chegar ao fim da estação, os passageiros estão a apear-se, e o chefe da estação quer fechar as portas. Haviam passados 9 anos que não via o meu pai e, quis o destino que jamais o visse. Até breve PAI!Logo, logo nos encontramos.
Postado em 25/01/2011 por "Espaço do João" -
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Anti-stress
Descoberta a causa da morte do polvo Paul
Colocaram o polvo Paul a tentar adivinhar o resultado das próximas
eleições legislativas em Portugal e entre a caixinha de comida com a
foto do Sócrates e a outra com a do Passos Coelho...
O polvo preferiu morrer à fome.
Publicada em 19/11/201 por Observador em "Reflexos"
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Os links dos blogues que refiro estão na barra lateral
Lá vais fazendo os teus apanhados que são, simultaneamente, compostos de recordações.
ResponderEliminarEscreve quem sabe, quem gosta, quem pode.
E tu, Amiga, arquivas e despachas a contento de quem te lê.
Obrigado
Faço minhas as palavras do nosso amigo Oservador.
ResponderEliminarIden ibiden.
És realmente uma amiga que sabe bem o que é recordar.
Sentimentos todos têm, uns bons, outros maus. Sabê-los transmitir, aí é que a "porca torce o rabo".
Quando se bebe chá em pequeno, tarde ou nunca se esquece e, temos sempre a mesma sede.Vasculhar um sótão ou um baú, encontrar velhas glórias, recordá-las e adorá-las, é sinónimo de algo memorável .
Sei que no teu sótão também encontrarás algumas preciosidades dos tempos de antanho. Então quem como tu passou pelo sertão, encontrará algo que mais cedo ou mmais tarde publicará.Vai à procura, rebusca na tua memória.
Tem um bom fds.
Um beijo de pura amizade. João
Gostei dos 3, mas o que mais me tocou foi o amor de velhos;)
ResponderEliminarEsse é o tal!:)
Beijocas
Uma ternura o teu recordar.. O tempo é assim vamos todos caminhando
ResponderEliminarUm beijo minha amiga
Observador
ResponderEliminarTal e qual e anoto o que me foi marcando...e esta tua saída está o máximo:)
Beijocas e obrigado eu:)
Espaço do João
ResponderEliminarSubscrevo as tuas palavras. Claro que tenho as minhas recordações, as más teimo em mante-las fechadas e vou divulgando as boas.
Mas tenho imensa pena de não ter forma de pôr (skaner não é?) aqui fotos antigas que guardo apenas algumas, para verem a pestinha-alegre que era:) Cada uma delas tem a sua história...mas não dá mesmo:)
Beijocas e obrigado eu:)
Wind
ResponderEliminarSim é um texto fabuloso como muitos que o Bagaco Amarelo vai editando!
Beijocas e obrigado
Africa em Poesia
ResponderEliminarO meu recordar mas feito pelos outros, porque adoro vasculhar os sótãos de quem sigo. Alguns não deixam copiar, embora eu sempre cumpra os "direitos autorais".
Beijocas e obrigado
Querida amiga.
ResponderEliminarVamos falar em primeiro de abacates e abacateiros.
Os abacateiros,actualmente podem ser enxertados.
No entanto podemos regeitar esse processo e, para tal, basta quando já dum certo tamanho, com um canivete, fazer-lhe um corte na casca sem a retirar e a faca ir até à parte lenhosa. Tão só. Dá resultado como se fosse uma enxertia.
Outra forma, consiste em apertar fortemente um arame à volta do tronco de forma a que ele seja ferido e, coberto pela casca até ficar escondido. Não mata a árvore e serve de enxertia. É como se fosse enforcada. Quanto à tecnica dos 3 palitos no copo de água , eu também faço omesmo e, depois dum certo tamanho vai para a terra e, enxerto conforme anteriormente expliquei. Agora falando de fotografias.
As reproduções que faço de fotos antigas, é com a minha máquina fotográfica. Enquadro a foto numa base e fotografo, passando a mesma automáticamente da máquina para o computador. A foto além de ficar guardada em computador, pode depois ser transportada para o blog. Quando publicada, desde que se clique duas vezes ou uma vez sobre a foto, ela abre-se ficando ampliada. Essa que foi publicada com os meus pais foi dessa forma que a publiquei. Não houve necessidade de scanner,clicando 2x sobre ela, abre-se do tamanho do ecran do monitor.
Se razão houver para mais "esplicaduras", cá estaremos. Certo?
Tem uma semana com bastante trabalho e muito frio - rsrsrsrsrs.
João
Espaço do João
ResponderEliminarObrigado pela explicação sobre os abacateiros e de facto não fazia a mínima ideia.
Quanto às fotografias, pois é meu amigo, com respeito às máquinas sei como se faz...mas nem máquina fotográfica eu tenho :):):)
Beijocas e obrigado uma vez mais
Muito legal este teu "Vasculhando Sótãos". Gostei de todos.
ResponderEliminarEste teu gesto é tão delicado para com teus amigos, entre os quais felizmente me incluo. Também já foste vasculhar no meu sótão. És uma danada que não para quieta. Uma danada muito querida.
beijos e bos semana!
mas só tu para ires ao sótão dos amigos e vasculhar. só tu terias essa permissão. e como sempre lemos artigos que estavam já arquivados e nso fazem recordar.
ResponderEliminarmas esse joao no espaço anda louco do juízo. acho que já lhe passou.
levou tanas pá cabeça que ainda deve ter os mamulhos.
kis :=)
Odele
ResponderEliminarDanada é pouco:)))) e nem imaginas o que tenho guardado para ir publicando porque como leio de fio a pavio, encontro autênticas jóias como estas:)
No teu há imensas recordações:):):)
Beijocas meu doce e obrigado
Avogi
ResponderEliminarFizeste bem eu também lhe dei na carola, mas entendo o João...são momentos que dão forte mas passam rápido e olha lá o abacateiro dele, alguma vez ele pode sair do comboio. Não e não...primeiro quero as laranjas e abacates:):):):)
Beijocas e obrigado
Poderei ofender alguém. Não é essa a minha intenção.
ResponderEliminarMas obrigado ao "judas", que me enviou para África.
Deu-me a oportunidade de conhecer,
(apesar de não serem umas férias), que há outros mundos, outras gentes, que não importando a côr da pele, não importando o momento
que passou, mesmo em guerra, se pode criar amizade.
E apesar de todo o sangue, fosse ele de portugueses, ou africanos, que me passou pelas mãos,
Obrigado ÁFRICA.
Directa, ou indectamente, ajudaram-me a sair do fascismo em Portugal. Como se isso fosse relevante, pelo menos para mim. Hoje há "fascimo", mas DEMOCRÁTICO.
Como diz o amigo João, se passaste pelo Sertão, rebusca no teu sotão.
Afasta a guerra. Fála-nos da tua África.
Um beijo
Aires Dinis
ResponderEliminarjá tenho falado tantas vezes da minha África-Angola-Luanda e outras cidades, vilas e zanzalas:)
Dou-te razão no que dizes, e não conhecendo a realidade de outros países de África, apenas falo daquele que me viu nascer, onde tanto nos fazia ser governados por pretos, mestiços ou brancos, queriamos paz e a maldita guerra destruiu tudo.
Afasto sempre a guerra quando vasculho o meu sótão, e podes perguntar o que muita gente me pergunta quando falo de Angola: porque saiste? porque o pai da minha filha arranjou trabalho no Brasil e eu fui com uma filha de seis meses. Estive lá 3 anos, não deu certo e aterrei em Portugal já muito depois dos apelidados "retornados" terem feito tanta coisa errada, mas enfim.
Fiquei e como funcionária pública ingressei na banca que anos depois passou a privado.
Fui convidada para ir para uma agência em Luanda, eu ia, mas quem ficava com a minha mais nova, com um raio de um problema-quebra-cabeça-de-médicos? Não tinha ninguém, os meus pais trabalhavam e eu estava sozinha com elas e tive que dizer um Não, talvez um dos que mais me custou na vida.
Não tenho razões de queixa doo país que me acolheu, sobretudo da imensidade de pessoas com quem lidei e lutei, sempre em crise, mas consegui.
Hoje digo apenas que se me saisse uma pipa de massa, ia-me embora e a minha mãe, coitadinha pergunta e deixavas tudo? Que ias fazer para lá? e a minha resposta é sempre a mesma: aqui sou uma sem-terra e lá seria uma sem abrigo, mas aquele nosso coqueiro serveria bem:):):):)
Guerras à parte, felizmente acho que o povo da metrópole cresceu imenso e já deixaram de ser tão cinzentões e tristes como o eram há 30 anos (e tinham os seus motivos, o que respeito e o texto do João é o retrato vivo de um povo que sofreu tanto debaixo da pata de Salazar).
A Nação democrática está doente...mas vai passar, melhores dias virão porque acredito que tudo que se faz de errado é cá que pagamos e não no outro mundo como nos querem impingir.
Beijocas e o meu obrigadão
Fatyly, o amor da juventude é meio tumultuado, não acha? Confunde-se o amor com tantos outros sentimentos e já na maturidade, o amor quer consertar os erros do passado e ficar livre da escravidão do sexo - mais amigo, puro e tranquilo.
ResponderEliminarO post da foto achei bem amargo! "Para mim,já chega, a alegria de viver já se desprendeu"
Que maldade com o povo! Qualquer opção também o mataria, por indigestão!
Boa semana! Beijus,
Luma Rosa
ResponderEliminarClaro que o amor da juventude é mais tumultuado porque a juventude tem essa faceta o que não quer dizer que não seja tão belo e os que conseguem vencer as vicissitudes da vida numa construção diária chegam à maturidade e apanham um mar ainda belo e calmo.
O post da foto é amargurado mas por vezes sentimo-nos assim.
O polvo, na volta foi parar a uma panela e deu um belo arroz de tão cansado que estava com esta estupidez que se criou em volta dele:)
Beijocas e obrigado pela tua presença
Vasculhando sotãos e aguçando a curiosidade para outros blogs.
ResponderEliminarUm abraço amigo e boa saúde.
Kao
ResponderEliminartal e qual:)
Beijocas e obrigado
Ola
ResponderEliminarGostei de ler :))
mas o primeiro para mim e o que mais gostei.
beijocas
Sideny
ResponderEliminarAinda bem que gostaste:)
Beijocas e obrigado