terça-feira, 25 de março de 2014
Coisas que me tiram do sério!
- Quando vejo os nossos velhos felizes porque há quem se lembre deles dando-lhes "as sardinhas" que lhes apetecer...
- Quando vejo os nossos velhos que tudo fizeram para que os seus filhos tirassem um curso...
- Quando vejo os nossos velhos com reformas miseráveis em lares da Segurança Social (só com cunhas ou após acidentes graves conhecidos através da comunicação social), Santa Casa da Misericórdia (esgotado etc e tal), Lares privados (uma mina de ouro), a pagarem o que pagam, e pedindo auxilio ao "estado-pessoa de bem e cumpridora" (ai pai eras tu que sempre me dizias esta frase), entra em linha de conta os rendimentos dos filhos, como se estes não tivessem encargos e porque infelizmente não podem ficar com eles, é quase sempre negado e por vezes bastam 50€ para passarem as tabelas existentes e exigentes...
- Quando vejo os nossos velhos com o olhar opaco e tão triste deambulando no sentimento de "dependência monetária dos filhos" o que nunca pensaram ser necessário...
- Quando vejo os nossos velhos a serem maltratados pelos filhos, assaltantes, numa cobardia de merda
pergunto se tudo isto acontece aos pais e familiares, já para não falar dos amigos dos políticos e não só, que se enchem à custa de tudo e de todos numa democracia disfarçada em ditadura?
Nesta espiral de desigualdades sobretudo morais e educacionais- entre os que realmente trabalharam e os que fingem que trabalham resguardados numa política de destruição- há um factor que se lhes escapa, se lá chegarem, um dia serão eles os velhos se entretanto a ganância não os tornar dependentes e aí talvez pensem no que Fernando Pessoa escreveu há 120 anos:
Quem me Dera
Quem me dera que a minha vida fosse um carro de bois
Que vem a chiar, manhãzinha cedo, pela estrada,
E que para de onde veio volta depois
Quase à noitinha pela mesma estrada.
Eu não tinha que ter esperanças — tinha só que ter rodas ...
A minha velhice não tinha rugas nem cabelo branco...
Quando eu já não servia, tiravam-me as rodas
E eu ficava virado e partido no fundo de um barranco.
Alberto Caeiro
Para nunca deixar de sorrir...Empresta-me os teus sapatos
(imagens do Google)
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Concordo totalmente com este post.
ResponderEliminarBeijocas
Obrigado:)
EliminarAquele abraço amigo
Um problema muito sério para o qual a sociedade - e não só o Estado - tem demorado a reagir. Se em lugar de auto estradas, rotundas ou piscinas em aldeias de mil habitantes se tivessem construído lares hoje, em muitos locais, o desemprego e a pobreza seriam problemas muito menores. Um exemplo. A Misericórdia de Borba. É hoje a maior empregadora do concelho, ao contrário de quase todo o Alentejo onde são as câmaras que empregam toda a gente.
ResponderEliminarSubscrevo totalmente o que dizes, embora nas grandes cidades o problema é bem grave e sobretudo silencioso. Há filhos que tiraram os pais dos lares para viverem com a pequena reforma, não há lares conforme digo e os mais baratos são mesmo privados e ou clandestinos, que uns funcionam tão bem e outros é o que se sabe.
EliminarMuito mais poderia dizer...e acabo apenas referindo que foram feitos estádios de futebol e não só...que estão ao abandono...que poderiam ser aproveitados para colmatar tantas dificuldades para quem já não tem forças.
Obrigado e Aquele abraço amigo
Que não se esqueçam que,umdia,também serãovelhos.
ResponderEliminarVejo tanta coisa que me incomoda e este tema é, certamente, o que mais me choca
Kis:=(
Eles querem lá saber...e já andam a vender "rebuçados eleitoralistas". Também vejo tanta coisa e infelizmente não posso ajudar como já o fiz tantas vezes, porque estamos constantemente a sofrer cortes e mais cortes orçamentais. Nada pelo qual já não tenha passado e mais uma vez há que tentar manter o gargalo de fora.
EliminarObrigado e Aquele abraço amigo
Quem é que não se revolta com essa situações?
ResponderEliminarSó quem tiver um coração de pedra!
Beijinhos
É isso mesmo Pedro.
EliminarObrigado e Aquele abraço amigo
Ola
ResponderEliminarJa tinha saudades tuas:))
beijocas
Oi linda também eu e já lá fui...aiiiiii o que gargalhei:):):)
EliminarObrigado e Aquele abraço amigo
Lembro-me desde sempre de ouvir os meus pais dizerem que jamais sairiam de sua casa. Que jamais iriam para um lar. Como os compreendo, felizmente o meu pai mantém-se muito activo e é um senhor muito independente, com muita força. Ninguém o consegue convencer daquilo que não quer e lar... nunca. Acho que nem eu conseguiria dormir bem sabendo que o meu pai estava num lar a ser tratado por sei lá quem. Enquanto eu for viva (embora duvide que o meu pai vá precisar) o meu pai jamais irá para um.
ResponderEliminarTenha uma boa noite, Fatyly :)
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarOs lares sempre foram e serão um mal acrescido, tal como as creches mas quem os tem deverá estar atento, ver tudo, visitar sempre etc.
EliminarOs meus pais sempre disseram que queriam ir para um lar, mas jamais ficarem dependentes dos filhos ou irem para as suas casas. O meu pai dizia que tal nunca iria acontecer porque a sua morte seria rápida e que a da sua "namorada" como ele tratava a minha mãe também seria assim. O meu pai partiu em dez minutos com um enfarte do miocárdio já lá vão 16 anos. A minha mãe continua na sua casa, tem a minha total ajuda e presença pois os meus irmãos moram longe mas a "cantilena" continua a ser a mesma. Ao longo dos anos os meus irmãos levaram-na a passar uns dias com eles...mas decidiu que não iria mais e se quiserem que a venham ver e almoçar por aqui. Assim tem sido. Só sai comigo quando nos juntamos em casa das minhas filhas e ou quando precisa e lhe apetece. Tem uma boa vizinhança e duas que lhe fazem imensa companhia e eu respeito a sua vontade embora os meus irmãos não saibam o que oiço, o que vejo e o que faço por ela, excepto o a seguir a mim que me ouve mais e andou numa guerra com ela pois queria pôr na escada uma maquineta para lhe facilitar a subida e descida de tantos degraus...e a resposta é sempre a mesma...não e não! Ele tem um quarto só para ela, pede-me para a convencer a que a vem buscar etc e tal e assim aliviar-me um pouco, mas não quer e guerras numa altura destas é o que menos desejamos.
Há que viver um dia de cada vez e felizmente não sei o dia de amanhã e pensar nisso é não viver o dia de hoje que acordei e estou viva!
Obrigado e Aquele abraço amigo
Uma situação intolerável, situações que pensei impensáveis em pleno séc. XXI, numa Europa dita civilizada. E não venham com justificações que começam a estar estafadas: a crise, e a crise, e a crise uma vez mais.
ResponderEliminarÉ facto que a dita, que todos sentimos na pele, tem um peso imenso, só que há uma coisa chamada humanidade, outra chamada respeito, que cairam em desuso, que filhos e netos ignoram. Espero que um dia recebam, em dobro, o sofrimento que causam aqueles (pelo menos uma grande maioria) que tanto os amaram, que tanto se sacrificaram.
Desculpe, mas esta realidade deixa-me doente. Não entendo, não aceito.
Tal e qual. A juntar ao que dizes há o factor que muitos (e não é só de agora) vão-nos buscar aos lares para terem a sua reforma e em casa é o que sabe. A sociedade deve estar atenta e denunciar casos aberrantes e não assobiar para o lado, já que também muitas "associações" não actuam mas cantam vitórias nas televisões e isso tira-me do sério, daí eu realçar estas tuas palavras:só que há uma coisa chamada humanidade, outra chamada respeito, que cairam em desuso.
EliminarObrigado e Aquele abraço
Antigamente as pessoas não viviam tanto tempo assim, logo é normal que isto do abandon dos mais velhos seja hoje um problema muito sério... E porque é que tu dizes que a democracia está disfarçada de ditadura? Noutros países também não é assim? Até parece que não se realizam eleições nem se pode falar com liberdade desde o 25 de Abril de 1974... O princípio básico da causa-efeito dita que tudo tem uma consequência.
ResponderEliminarDe facto é um problema muito sério e felizes daqueles que têm um filho ou filha mais disponível como no meu caso, mas muitos não têm isso e ficam entregues a si próprios e nisso falham ou impera a hipocrisia de associações e outros ões.
EliminarHá sociedades e sociedades amigo, e em muitas o respeito pelos velhos e crianças é enorme.
Quando refiro que "esta democracia está disfarçada em ditadura" é que toda esta austeridade que nos foi imposta e sobretudo os cortes cegos a quem mais precisa (já são dois milhões de portugueses) foi feita em vão porque acima de tudo o bem estar deles que tudo podem, que tudo fazem e tudo que é feito em cima do joelho e sem pensarem nas pessoas...ocasiona problemas mais gravosos.
A liberdade conquistada é eu respeitar a minha até onde começa a tua, é nunca perder valores educacionais e humanos é...é...pois é!!!!
Obrigado e Aquele abraço amigo