quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Mãe. minha mãe!

No passado dia 24 de Outubro fizeste 88 anos. Fui-te buscar com uma amiga minha que já não vias há anos. Foi um almoço fantástico onde falaste de tudo e mais alguma coisa sobre o teu passado e do presente.

Sei mãe que sofres e só vejo a tua enorme fragilidade. Tudo farei por ti mas à mínima coisa que te digo levo na corneta, porque preocupaste mais com os outros do que contigo própria. Há coisas que não tens razão alguma e por alguma razão já nem te contrario. És bem tratada e sobretudo respeitada e ai de quem não o fizer!

Fomos ao Hospital Fernando Fonseca, no dia 13 de Outubro à consulta do pacemaker . Porque havia greve foi zero e vi bem o estado em que a minha mãe ficou.

Foi adiada para amanhã (igualmente greve) e já me telefonou a pedir para alterar porque não lhe apetece ir e volta a repetir num desatino completo...

é para te poupar filha, pega cadeira, tira cadeira, empurra cadeira, pegas na tralha como a bengala:), o saco do lanche, procuras estacionamento, andas p'ra frente e para trás, bolas. Fazes demais filha e eu sem poder fazer nada! Deus não me dá ouvidos porquê? ao que eu respondo de imediato: Ó mãe entenda-se com o seu patrão lá de cima e talvez o "porquê" não passará por o andar a chatear demais?:))) Só a assim consigo que ela sorria:)

Se me perguntarem se sou feliz em ver a minha mãe num lar, respondo logo que Não porque preferia vê-la na sua casa. Foi decisão sua e não quis dar ouvidos a ninguém, como não me deu ouvidos em 2014 e 2015 quando arranjei uma casa térrea para as duas, embora soubesse bem que teria medo de ficar sozinha, não cumpriria as regras da medicação e sobretudo da alimentação.

Mas também vos digo que nunca teve tantas visitas como agora e não sai mais vezes porque não quer!
Mas também vos digo que as visitas das outras colegas falam todos com ela e ontem quando lá cheguei estava lambuzada com uma fartura, um mimo do filho de uma senhora.
Mas também vos digo que ainda bem que ela não repara nas suas enormes falhas, contradições e repetição em termos de memória.
Mas também vos digo que refinou e muito no que toca a mim numa de levar por todos, de obedecer, ouvir e ficar de bico calado o que por vezes é superior às minhas forças e digo-lhe o que entendo dizer.

Mas também vos digo que enquanto tiver forças tudo farei por ela e continuarei a ir sem dias e horas marcadas e muito menos, apenas nas horas das visitas!

16 comentários:

  1. Minha querida Amiga
    Não podes ser acusada do que quer que seja em relação à tua Mãe. Tens sido inexcedível. Mais, é impossível.
    Sei que não preciso dizer-te para não desistires dela. Precisa de ti e, calculo, tu precisas dela.

    Deixo-vos um xi-coração apertado, com o desejo de que tudo corra pelo melhor.

    Portem-se bem, ambas.

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    1. De facto estou de consciência tranquila em relação à minha mãe. Desistir dela jamais e infelizmente ou felizmente sou o seu GPS e quando perde as coordenadas fica completamente assustada.

      Não houve consulta. Todos os gabinetes de apoio das consultas externas estavam a funcionar, excepto o "cinco o que vi logo o filme. Hora e meia até ser chamada ao guiché e receber a informação de que os técnicos fizeram greve. Azarrrrrrrrr do caraças e quis apresentar reclamação mas ela não deixou e queria era sair dali o mais rapidamente possível.

      Enfim!

      Beijocas e obrigado

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  2. Um xi coração para ti e para ela, e força ai, e tudo correrá sempre bem, eu vou dizer diferente do Observador, mais o menos como dizemos aqui.
    porta-te mal tu e ela, a vida faz mais sentido assim, aquele abraço

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    1. Portei-me mal sim senhora quando depois de hora e meia de espera me disseram que estavam de greve tendo posto a boca no trombone...e aí ela queria era vir embora:)

      Beijocas e obrigado

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  3. Amiga, és um grande exemplo. Pelo respeito, pela dedicação à tua Mãe e por nunca deixares de ser quem és, por muitos dissabores que tenhas. Repito, és um exemplo para mim.

    Um beijinho

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    1. Tento ser um exemplo e deixa lá que também tu és um exemplo para mim pela positividade e esperança que emana dos teus posts do teu espaço.

      Beijocas e obrigado

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  4. Muito apego, muita dignidade, muito carinho, eis o que ressalta, logo à partida, da relação que tens com a tua mãe, duas grandes mulheres.

    Grande abraço, Fatyly :)

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    1. Não desminto mas infelizmente a minha mãe mudou muito e continuo a tentar ser ainda mais tolerante e compreensiva. Para além da sua pouca locomoção, tornou-se repetitiva e sabes amigo, ainda bem que ela não dá pelas suas "falhas". Digo-te sinceramente que não merecia este "estado de coisas"...mas "o homem põe e Deus dispõe"!

      Beijocas e obrigado

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  5. Atenção que um lar não é uma tortura nem é sinónimo de abandono dos pais.
    Em muitos casos é mesmo uma necessidade e um gesto de amor para proteger as pessoas que já não são capazes de cuidar de si próprias.
    Beijos

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    1. Concordo em absoluto e também digo que não há necessidade de lá ir todos os dias como alguns o fazem porque desestabilizam muito o próprio familiar. Mas telefono para o lar quando não vou lá.

      Beijocas e obrigado

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  6. Fatyly,
    (Antes de mais agradeço-te a partilha de coração tão aberto)
    Ocorreram-me tantas coisas a propósito deste tema.
    Mas se calhar importa apenas dizer que imagino que estejas a cuidar da tua mãe o melhor que sabes e podes. E que para continuares a ser capaz de o fazer que precisas cuidar de ti também.
    Um grande abraço

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    1. Quando partilho, comento ou respondo a comentários é sempre de "coração aberto".
      Sobre este tema há tanto que dizer e jamais deixar de estar atento a tudo e a todos, tal como acontece quando deixamos os filhos em creches, infantários e escolas.
      Já decorreu quase dois anos e faço o melhor que sei e posso e mais não consigo! Não sou super-mulher.

      Sim tens razão e digo-te que acima de tudo está o meu "estar bem" porque só assim posso ajudar os outros. Digo-te que andei terça, quarta com uma renite alérgica e na quinta quando fomos estava mesmo bem. Bastou estar uma hora e meia naquele "massa de gente" e sobretudo com duas crianças que faziam vapores com algo que acrescentaram para ter saído de lá completamente apanhada. Almoçamos, deixei-a no lar, fui à filha deixar a prendinha para a neta que fez 12 anos e vim para casa. Comecei de imediato a fazer o tratamento ordenado pela minha médica sempre que ocorre situações destas. Uma paragem obrigatória e cá estou menos entupida, com mais forças e já nem espirro:)))

      Beijocas e obrigado

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  7. Parabéns à mãe!
    E sim, sei que és incansável com a tua mãe:)
    Tomara muitas mães terem filhos como tu, minha querida:)
    Beijocas

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    1. Obrigado e também tu tens sido incansável com a tua mãe.

      Beijocas e obrigado

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  8. Olá!!!

    Se tens Facebook, queres dar a conhecer o teu blogue a mais pessoas e conhecer outras tantas, adere:

    https://www.facebook.com/groups/126383254703861/

    Beijinhos, Diana.

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