sexta-feira, 5 de julho de 2024

VELHICE...









Fui envelhecendo com o tempo

meu corpo parece tule
todos foram numa partida
choro neste degrau da vida
fiquei muito mais rezinga
sinto-me como um dejecto
já não precisam porque
não sirvo, não presto!



















Lágrimas molham meu dia
envolvida em recordações
fui autora duma família
ainda terás esta fisga?
o tempo levou-te a boina
com ela a paciência
a mim todas as ilusões
falo com meus botões
não sirvo, não presto!

(fotos de João Garcia)

Fatyly (2007)


Filho és...pai serás, assim como fizeres assim acharás!

10 comentários:

  1. Há muito desalento e tristeza neste poema... sei que há dias assim.
    Um abraço.

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    1. Foi um poema de 2007 e publicado num livro de um amigo meu que infelizmente já morreu.
      Beijos e um bom domingo

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  2. Só é velho quem já muito viveu, mas daí a ser como um trapo, alto lá com o andor!
    Bem, se a poesia não se discute, não o farei, mas que estou em desacordo, estou.

    A frase final, diz tudo. É a leia do retorno!
    Beijinhos, moça.
    Bom fim de semana

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    1. Também sempre combati essa ideia mas quem a tem e se sente assim é muito difícil de demover!
      Beijos e um bom domingo

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  3. Um poema muito triste e que relato a história de muitos dos nossos idosos.
    Abraço e saúde

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    1. É isso mesmo amiga e durante os 8 anos que a minha mãe esteve no lar vi casos de total abandono pelos familiares. Este poema de 2007 foi um desafio que me fizeram e publicado num livro de um amigo meu que infelizmente já morreu.
      Beijos e um bom domingo

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  4. Cada vez estamos mais velhos!
    E a vida, com a ajuda da medicina, prolonga-se para lá do aceitável tornando-se um pesadelo. Espero não chegar lá!

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  5. Subscrevo totalmente!
    Beijos e um bom sábado

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