quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vamos Sorrir - 9

Já assisti a situações tão ridículas que por vezes fico espantada e hoje conto apenas:

1- Há dois ou três anos fui para a minha Praia Grande e como detesto "tralha", levei um saco com uma garrafa de água, uma caixa com 4 peças de fruta e a toalha ao ombro e documentos em local que não digo. Nunca usei besunto (os dermatologistas que não me oiçam) porque lá usava Coca-Cola, mas cá como fico das 7h ao meio dia, ou das 18h às 20h não preciso. Gosto de me sentar (raramente me deito) mesmo quase perto do mar, portanto na areia molhada onde ando sempre num vai-vem e nunca no areal seco e levar com resmas de areia de crianças (que não digo nada) e das boladas de "candidatos-a-adultos-metido-à-besta", com estes refilo. Às tantas vejo vir uma famelga de "estranjas", com uma tralha dantesca e pensei logo...portugueses armados em finórios. Um cagaçal de primeira e sempre em francês. Como atraio melgas, um garoto de 5 anitos veio e sentou-se na outra ponta da minha toalha bem velhinha (tem estampado um golfinho enorme) e de costas para mim. A mãe e outros em altos gritos, quando estávamos a dois passos e com a praia quase vazia berraram várias vezes: "Vien ici Michael". E o garoto nada. Virei-me e disse-lhe...vai lá olha que ainda levas da tua mãe. O puto não ligou e continuou sentado na cabeça do golfinho todo feliz. Depois oiço: anda cá cabrão e filho de uma grande puta tu não ouves? Caíram-me os tomates e não os tenho e o "verniz" de todos caiu por terra e quem ouviu fartou-se de rir.
O miúdo não está a incomodar-me, mas com a praia quase vazia também poderiam ter ficado mais longe o que desejo quando oiço pessoas do género.

2- Há dias estacionou aqui mesmo debaixo da minha janela um mono volume XPTO de matrícula estrangeira. Saiu uma senhora com duas crianças e ficou o condutor que falava consigo próprio...e começo a ver que despejava moedas de centimos para o chão e dizia só deixam "pretos" aqui. Peguei num saco, desci e disse-lhe tome lá e não se enerve. Mas eu não quero nada disto, então se o senhor não quer eu levo, agora para o chão jamais, mas olhe que é dinheiro. Só gosto de notas grandes. Ok...Apanhei as do chão e ele deitou as restantes no saco e ficou mais leve. Agradeci e subi.
Contei e tinha 10,50€ e para mim os "pretos" uma vez mais foram amigáveis e foi como se tivesse jogado no euro-milhões.
Voltei à janela e já o carro estava a arrancar, cheio de bagagem até não caber uma agulha.

3- Sentada no aeroporto da Portela em Lisboa e enquanto espero, aprecio quem parte e quem chega e como é notório diferenciar quem é português, porque 90% LEVAM A CASA ÀS COSTAS. O mesmo se vê nos automóveis que fico espantada como conseguem conduzir, porque o carro por vezes até vai de lado e o condutor sem qualquer visibilidade excepto pelos retrovisores laterais!

4- Todo o cuidado é pouco e fico incomodada quando deixam à vista, dentro dos carros, no carrinho do super mercado, em cafés e até no areal praia... carteiras, porta-moedas, telemóveis e mais um infindável material. Não custa nada terem precauções, e sobretudo na praia deixarem tudo debaixo de um montão de toalhas ou toalha e pedir à pessoa mais próxima para deitar um olho se estiverem sós e se forem muitos alguém que fique de guarda porque o larápio que se passeia constantemente, quando rouba é que fica a sorrir!

Eu de facto cada vez mais me sinto menos portuguesa e quando saio é com o mínimo dos mínimos e para a praia a maioria das vezes nem documentos levo! Já parei numa operação stop e disse que iria à esquadra X apresentar porque eles estavam bem próximos:)

12 comentários:

  1. Sinto que o escreveste o que eu tbm teria escrito. A parte dos pretos vivi-a numa livraria em Espanha que o senhor não dava nem recebia os pretos, arredondava com prejuízo para si.. Para mim deu-me jeito.
    Maneiras de ver a vida!...


    Beijos

    ResponderEliminar
  2. Olha, amiga ainda ontem a falar com um casal português, a residir em Londres falávamos disse mesmo : de usar a lingua do pais que os acolheram em vez de falar na lingua portuguesa. e dizia-me ela: eu por vezes até com o meu marido (que é português) falo em inglês, esqueço-me.
    FATYLY
    , se a ouvisses falar portugueses ficavas admirada! era erro em cima de erro verbos terminados em "em" em vez de "am" EX: eles comerem, em vez de comeram, e eu imaginei o que seria em inglês uma vez que aprenderam de ouvido.
    mas sao peneirices sem dó
    kis .=)

    ResponderEliminar
  3. Olha, na primeira desatei às gargalhadas e na segunda fiquei incrédula com a estupidez!!)))
    Beijocas

    ResponderEliminar
  4. Descreveste uma série de situações que são bem características do nosso atraso!!
    Penso que não temos mesmo emenda!

    ResponderEliminar
  5. Sem dúvida que todos nós passamos por momentos assim, então a primeira situação está demais. Recordo a minha madrinha mandar-me ir à pubelle (nem sei se é assim que se escreve) e eu: "o quê?"
    Ela: "Vai ao lixo porra!" Podia ter logo dito, pos-se a falar em francês porquê?.....

    ResponderEliminar
  6. Africa em Poesia
    De facto, maneiras de ver a vida e depois queixam-se!

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar
  7. Avogi
    É dificil manter a língua, aceito e não tenho nada contra, também vivi no Brasil e não apanhei o sotaque e muito menos vir para cá armada em finória. Mais, tinha que ter cuidado porque muitas palavras portuguesas tinham conotação de "ordinarice". A minha filha nos seus quase 3 anitos, essa sim, apanhou, mas rapidamente esqueceu.
    No caso que conto...lá está "são peneirices sem dó".

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar
  8. Wind
    Pois é, mas é uma constante:) e a 2ª já viste...é que moeda a moeda é que se junta:)

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar
  9. Mfc
    Infelizmente e acho que será dificil mudar!

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar
  10. Xana
    LOLLLLLLL é isso mesmo:)

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar
  11. Olá

    Já me aconteceu na nossa praia virem estender a toalha quase colados aos meus pés, alias perguntei-lhe se queriam a minha toalha também:))

    È que aquela praia é tâo pequenina que preciso estarem quase em cima das pessoas:))) enfim..

    beijocas

    ResponderEliminar
  12. Sideny
    Dá nervos não dá? bolas há lugar para todos mas gostam de vir para cima de quem quer estar sossegado:):):)

    Beijocas e obrigado

    ResponderEliminar