PRESENÇA AFRICANA
E apesar de tudo,
Ainda sou a mesma!
Livre e esguia,
filha eterna de quanta rebeldia
me sagrou.
Mãe-África!
Mãe forte da floresta e do deserto,
ainda sou,
a Irmã-Mulher
de tudo o que em ti vibra
puro e incerto...
A dos coqueiros,
de cabeleiras verdes
e corpos arrojados
sobre o azul...
A do dendém
Nascendo dos braços das palmeiras...
A do sol bom, mordendo
o chão das Ingombotas...
A das acácias rubras,
Salpicando de sangue as avenidas,
longas e floridas...
Sim!, ainda sou a mesma.
A do amor transbordando
pelos carregadores do cais
suados e confusos,
pelos bairros imundos e dormentes
(Rua 11!... Rua 11!...)
pelos meninos
de barriga inchada e olhos fundos...
Sem dores nem alegrias,
de tronco nu
e corpo musculoso,
a raça escreve a prumo,
a força destes dias...
E eu revendo ainda, e sempre, nela,
aquela
Longa história inconsequente...
Minha terra...
Minha, eternamente...
Terra das acácias, dos dongos,
dos cólios baloiçando, mansamente...
Terra!
Ainda sou a mesma.
Ainda sou a que num canto novo
pura e livre,
me levanto,
ao aceno do teu povo!
ALDA LARA
Benguela,1953 (de Poemas,1966)
Poema deslumbrante que muito gostei de ler
ResponderEliminar.
Cumprimentos cordiais.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Obrigado:)
EliminarBeijos e um bom dia
Alda Lara é uma das minhas poetas preferidas e que já esteve várias vezes no meu "A mulher e a poesia"
ResponderEliminarAbraço e saúde
Também gosto muito da sua poesia.
EliminarBeijos e um bom dia
Bom dia de serenidade, querida amiga Fatyly!
ResponderEliminarA África é aquela que ainda sorri apesar de...
Um poema forte ressaltando as características africanas.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
Obrigada pelas tuas palavras:)
ResponderEliminarBeijos e uma boa tarde