Quando se dorme todos sonhamos
defesa do nosso subsconsciente
de uns facilmente nos lembramos
de outros... nada temos ciente!
O engraçado desta questão
dos que me lembro são a cores
faz-me uma tremenda confusão
pois até as coisas têm sabores!
Nuns sonhos vejo-me a andar
pela minha terra vermelha
muitas saudades de a pisar
poder voar como uma abelha!
Como maboques, côcos e pitangas
trepando às arvores como fazia
maçãs-da-india, múcuas e mangas
oh... oh...que bem que me sabia!
O Mar é tão quente e azulado
àguas limpidas e transparentes
salto, mergulho, brinco e nado
num vaivém como párapentes!
Do norte ao sul de Angola
a paisagem é de rara beleza
matas e rios fazem uma bola
brinco com a sua leveza!
Coqueiros, palmeiras e embodeiros
fazem parte da sua grande vegetação
mas com a passagem de bombardeiros
já nada daquilo deve ter animação!
Petróleo, diamantes é p'ros de fora
enormes riquezas mal exploradas
o povo angolano ainda sofre e chora
tocando batuques nas suas matas!
Mas a terra vermelha aparece
superior a todas as agressões
o que tomba de novo cresce
a natureza cumprindo missões!
Terra tropical bela e linda
onde a ganância tudo desfez
e nós...pobres na berlinda
de quem quiz tudo de uma vez!
O meu sonho é tão colorido
o teu futuro há-de ser bom
protegendo um povo querido
mas já não verei o novo tom!
Fatyly (2007)